Você sabia que com avanço do desmatamento, animais do Cerrado e da Amazônia perdem até 90% do habitat?
O lobo guará, por exemplo, símbolo do Cerrado, já perdeu mais da metade do seu território.
Um estudo recente do WWF-Brasil, realizado pela consultoria Gondwana e financiado pela União Europeia no âmbito do projeto Eat4Change, cruzou os mapas do desmatamento da Amazônia e do Cerrado até 2019 com os mapas de ocorrência de espécies ameaçadas ou que vivem em áreas restritas para entender como a perda da vegetação nativa afeta essa biodiversidade.
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A perda de área causa desequilíbrios que vão além do impacto individual em cada espécie, ressalta Mariana Napolitano Ferreira, gerente de ciências do WWF-Brasil. No caso dos predadores, como o próprio lobo-guará ou o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), que já perdeu quase 80% de seu habitat no Cerrado, o impacto se estende por toda a cadeia.
"Essas espécies estão regulando de cima para baixo. Se você tira o predador, pode haver um crescimento exagerado de uma população de roedores, por exemplo".
Algumas espécies, ela lembra, são importantes para a distribuição de sementes. Sua maior vulnerabilidade, portanto, também tem impacto negativo sobre a biodiversidade da flora.
Em uma escala mais macro, a deterioração do Cerrado e da Amazônia aponta para consequências de longo prazo que transbordam os biomas e podem ter impacto sobre outras regiões do país.
"O problema vai muito além da perda de espécies. A biodiversidade é um indicador de saúde dos ecossistemas", diz a bióloga."A diminuição da biodiversidade está ligada à perda de cobertura vegetal, à degradação dos corpos hídricos. Isso tem impacto na produção agropecuária, nos ciclos de chuva e seca, pode ter como consequência períodos de estiagens mais longos, mais queimadas, desabastecimento. Tudo está interligado."
(Fonte: BBC News - Com avanço do desmatamento, animais do Cerrado e da Amazônia perdem até 90% do habitat)
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